O ex-presidente e general João Baptista Figueiredo chegou a dizer: "se foi coisa da esquerda é muita inteligência mas se foi coisa feita por nós é a maior burrice". Era 1º de Maio, há 30 anos, no Rio de Janeiro quando uma bomba explodiu no colo de dois militares e logo foi chamada de "bomba-nenê".
Era para ser uma grande festa cívica, com milhares de pessoas no Rio Centro, para ouvir discursos e artistas como Chico Buarque. Um show popular reunindo principalmente jovens, mulheres e crianças naquele 1º de maio. O atentado poderia ter causado a morte de centenas. A bomba deveria explodir em meio ao show dos artistas considerados "subversivos" pelo regime militar e provocar um enorme tumulto, com consequências imprevisíveis.
Mas a bomba explodiu no colo de dois militares, dentro de um carro Puma, no estacionamento do Riocentro, causando a morte do capitão do Exército, Guilherme Pereira do Rosário. Apesar de todas evidências que vinculavam o ataque a bomba ao governo militar, até hoje ninguém foi punido...
legenda 1: O carro Puma onde a bomba-nenê explodiu no colo dos militares
legenda 2: O general presidente Figueiredo tentando cumprimentar uma menina
Galdino Mesquita é jornalista, roteirista e produtor de TV, professor de redação e jornalismo com especialização em Educação Ambiental.
galdinomesquita@globo.com
O quadro Cultura e política é o espaço do debate cultural e político.
Nossa intenção é gerar discussões que discorram sobre a origem de movimentos políticos e culturais e que exerceram de alguma forma influência em nosso jeito de exercer cidadania, política e claro, cultura nos dias de hoje. A partir desta edição todas às terças-feiras! Acompanhe!
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